Estranho no fim de ano é essa sensação de poder começar de novo. De que um ciclo acabou e que tudo o que tirou o nosso sono nos últimos meses fica oficialmente pra trás. No ano passado. Bobagem. O ano novo é só o dia seguinte. Que importa o calendário? O relógio? Tudo bem, somos dados a essas coisas. Nos apegamos a esses detalhes. Ao tempo. Às datas. Eu tento não fazer promessas. Mas acabo fazendo. Tenho meus dias de Pollyana. E tenho certeza de que tudo vai melhorar. Espero mais de mim. Acredito que vou conseguir economizar. Pagar as contas atrasadas. Fazer dieta. Me preocupar e sofrer menos com bobagens. Mas no fundo, o que eu quero mesmo é descobrir a minha verdade. Dizer que esqueci e esquecer. Dizer que perdoei e perdoar. Mesmo. Quero me permitir mais. Viver mais leve... Ser livre. Ser eu. Ser simples. Quero fazer alguma coisa. Ajudar mais. Quero que as pessoas que eu amo se preocupem mais com a saúde. Quero me preocupar mais com a minha também. Quero ver menos TV e ver mais gente. Quero acreditar menos no que as pessoas falam e mais no que eu sinto. Quero o meu canto. Com a minha cara. Mas algumas coisas não mudam. E talvez nem tenham que mudar, por enquanto. Eu continuo sendo boba e criança. Continuo tendo pesadelos. Continuo apaixonada pela vida, mesmo quando me decepciono. Continuo acreditando nas pessoas. Continuo desligada. Estabanada. Continuo sem saber dançar. E sem saber mergulhar. Continuo amando chocolate. Continuo reclamando do meu corpo (sem nem pisar na academia). Continuo odiando usar o mesmo shampoo todo dia. Continuo comprando cremes iguais. Continuo amando lápis preto no olho. E odiando batom. Continuo no mesmo emprego. Continuo sendo gastona. Continuo sem dinheiro. Continuo adorando experimentar roupas que, provavelmente, nunca vou usar. Continuo amando cerveja. E chopp carioca. Continuo amando calças jeans. E destruindo todos os saltos dos meus scarpins, quando meus cães não o fazem primeiro. Continuo muito preguiçosa e bagunceira. Continuo sendo meio folgada, mas sem intenção... Continuo complicada e cheia de minhocas na cabeça... E agora, vou continuar querendo ano novo todo dia.
...As palavras existem para serem ditas, e escritas. Então escrevo para me sentir livre, forte e corajosa. Não tenho medo delas e nem do fato de que, uma vez escritas, as palavras vão estar sempre ali. Isso me faz sentir coisas intraduzíveis. E tudo isso aqui é meu. Tomei posse de todas as letras aqui escritas. Boas? Ruins? Depende de quem as lê. E quer saber a verdade? Não importa. São minhas...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
...eu quero ficar... mas também sei ir embora...
Eu sempre fui muito impulsiva. Romântica. Crédula. Depois aprendi que nem tudo é como a gente quer, ou mesmo como deveria ser. Hoje em dia sou mais racional. E aprendi a me defender do meu jeito. Eu aprendi a fugir. Simplesmente fugir. Essa é a minha única defesa. Parece bobagem? Covardia? Me desculpe, mas têm algumas coisas aqui dentro que só eu conheço. E ninguém pode julgar. Por enquanto, esse é o jeito que eu encontrei de poupar um pouco o meu coração bobo e cansado quando ele começa a acreditar outra vez.
Só que chega uma hora que a gente acha que tem alguém por quem vale a pena se segurar no lugar. E cansa de fugir. Eu cansei. E decidi ficar pra variar. Mesmo contra as probabilidades, mesmo com medo, eu fiquei. Mas não sei fazer tudo sozinha. E eu preciso falar. De algum jeito. Mesmo sem saber se você vai ouvir. Se vai me achar uma louca por escrever uma coisa que, pra mim, é muito difícil dizer. Ou que às vezes eu tento dizer e você não gosta de ouvir. Então, vamos combinar assim: se você aí gosta de mim e acha que isso aqui vale a pena, não me deixa escapar não. Por que eu tenho o péssimo hábito de não voltar mais.
Não me deixa insegura. Eu não gosto de mim assim. Não sei agir quando me sinto desse jeito. Odeio coisas mais ou menos, sou mimada e calmaria demais me cansa. Também não me contento com pouco e odeio me sentir descartável. Quero que você acredite que é o cara que eu quero agora. E eu te mostro isso. Mas também quero sentir que eu sou quem você quer. Parece difícil? Não deveria ser. Na verdade, eu acho que peço muito pouco. Mas tudo bem, digamos que, pra você, não seja fácil. Pra mim também não é. Mas eu estou aqui não estou? E não adiantaria se eu só dissesse que estou aqui. Tem que estar de verdade.
Não me entenda mal. Eu quero você assim. Livre. Como eu. Detesto imposições e cobranças. Mas em alguns momentos, e por algumas pessoas, vale a pena colocar os pingos nos "is". Por isso eu falo essas coisas que, talvez, eu não devesse. Então fica assim: cuida de mim e me mostra o que você sente, mostra que você se importa. Não me deixa tão solta. Não me deixa fugir. Porque eu quero ficar aqui. Eu tô cansada de correr. Mas sei ir embora mesmo quando quero que me peçam pra ficar. 1º de novembro....
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