terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sobre o amor





O que eu sei sobre o amor aprendi com os meus pais. Foram eles que me ensinaram que o amor não é perfeito, mas é a coisa mais importante dessa vida. Todos os problemas e dificuldades ficam menos tristes quando temos com quem contar. Eles me ensinaram que o nosso coração é grande, cabe muita gente e muito perdão. Graças a eles eu sei que a vida não é fácil, por isso os momentos felizes têm que ser valorizados. Tenho muita sorte. Fui criada por pessoas simples, maravilhosas e boas. De alma boa. Eles me provaram que é possível amar uma pessoa e ficar com ela a vida toda. Nem sempre dá certo, mas pra eles deu. O amor deles era assim, de filme. Eles se amaram até o último dia. Mas ainda não acabou. Eles me fizeram acreditar que amor, de verdade mesmo, é pra sempre. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

... Um amanhã que não existe...

Hoje eu quero dormir e sonhar com um amanhã que não vai acontecer. Se você estivesse aqui, iria acordar ranzinza, pensando se todos iriam lembrar do seu aniversário. Aí depois de receber os parabéns da mamãe, sempre a primeira, você acharia meu bilhete, no seu lugar da mesa. Aí você leria, responderia e me devolveria (coisinhas que só alguém como você fazia), eu ia te dar um beijo, um abraço e você me afastaria de brincadeira, pra manter a fama de durão. Você ia levar um bolo na empresa e depois faríamos o nosso, em casa. A gente riria, talvez poderíamos discutir algum assunto polêmico enquanto estivéssemos tomando a sagrada cerveja de sexta a noite. Eu iria desabafar e contar o quanto precisava da sua opinião nestes dias difíceis. Porque você, de um jeito às vezes meio torto, sempre sabia o que eu deveria fazer.

É difícil não pensar em você no dia do seu aniversário. A vida com você aqui era mais divertida, mais movimentada, tinha mais rojões e mais futebol. Se você estivesse aqui seria difícil pensar em um presente. Porque o que você nos deu não dá pra comprar. Aprendi com você a não sentir culpa, tristeza ou arrependimento por não precisar imaginar o que teria sido, o que poderíamos ter dito. Aprendi que a gente deve falar o que sente e não ter medo. Você ensinou o que eu sei caráter, honra, honestidade e amor. E eu sei muito menos que você sabia. Mas, por você, quero ser melhor, mais feliz e continuar aprendendo com os exemplos que você deixou. Porque pessoas como você são raras nesse mundo.

Pai, o dia 20 de abril sempre será seu. E a saudade de todos os dias é nossa.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

.... Just breathe ...

Eu não entendo mais esse mundo. Essas pessoas. Tá tudo muito diferente, assustador e essa sensação de impotência me dói. Não parece que eu e tantas pessoas legais que eu conheço nascemos num mundo onde homens estupram crianças em ônibus públicos, onde uma madrasta e uma vó matam uma menina de tanto correr por ter comido uma barra de chocolate, pais matam filhos, filhos matam pais, babás batem em bebês, enfermeiras espancam idosos, playboys colocam fogo em mendigos e animais são vítimas das maiores crueldades imagináveis.

Enquanto isso, nesse mesmo mundo, mulheres se vangloriam por golpes do baú bem sucedidos, outras ganham a vida com nome de fruta, ladrões deitam a cabeça tranquila em travesseiros feitos com pena de ganso e o Michel Teló faz turnê na Europa e ainda canta música da Adele.

Ultimamente tenho ficado com medo das pessoas. Elas mentem, machucam e são totalmente imprevisíveis. Quando parece que a gente já viu de tudo, acontece uma coisa tão absurda que prova que ainda é possível se chocar. Acho normal ficar triste com as dores do mundo e dos outros. Pelo menos pra mim é. Mas tudo isso também me faz pensar na fragilidade da nossa vida. Um dia posso simplesmente estar na hora errada, no lugar errado. Mas mesmo triste não consigo desistir. Porque ainda tem muita coisa que vale a pena. Porque eu não sei o que me espera. E eu ainda sonho com um mundo mais calmo, colorido, com mais gente boa e gentileza. Talvez este mundo não seja aqui. Pode está escondido além do arco-íris ou na toca de um coelho.   

Aqui, no mundo real, nos basta viver. Valorizar os momentos de felicidade, as almas boas, a experiência dos mais velhos, a pureza das crianças e o amor dos animais. Respirar fundo. Soltar o ar bem devagar, com calma. Lembrar que tudo vai passar. A dor de cabeça. O cansaço. A desesperança.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Boa quarta-feira de cinzas!!!

Podem atirar pedras e me crucificar. Eu sou brasileira, não gosto de Carnaval e sol. Não estou nem aí para essa “obrigação” social que todos nós brasileiros temos que nos divertir no Carnaval e no verão. Apoiar a “nossa cultura” e a festa “popular”. Na verdade acho triste o Brasil ser conhecido como o País do Futebol e do Carnaval. Graças a bela imagem que exportamos, quem gosta de Carnaval são os gringos, pois recebem milhões para simplesmente aparecer num camarote, podem ficar na área vip dos desfiles e blocos famosos. Isso sem contar o fato do pessoal de fora achar que Carnaval aqui é sinônimo de orgia infinita. E não é pra menos. O povo mesmo, assiste de longe, afinal, quem tem mais de mil reais sobrando pra comprar um abadá? O que tem de democracia nisso?
A gente pensa que são só quatro dias, mas por meses as pessoas se preparam, ficam entorpecidas com essa idéia de que o ano só começa depois da folia, começam as disputas das subcelebridades e algumas celebridades para serem rainhas de bateria, lembrando que a grande maioria delas nada tem a ver com a comunidade da Escola, que é aquele povo que rala o ano inteiro pro desfile sair lindo e uma gostosa levar o crédito.
Eu já curti Carnaval... Durante a adolescência me diverti bastante aproveitando as coisas que ele tem de bom. Podia viajar, descansar por quatro dias, reunião de amigos na rua, de boa... Mas como as coisas realmente não duram pra sempre... tudo mudou. Hoje o Carnaval é a justificativa para tudo de pior e mais errado que as pessoas fazem. Desde dançar uma música ridícula, triste e depreciativa disfarçada de alegre, até beber e sair dirigindo, brigar por qualquer bobagem e fazer sexo sem proteção, já que as camisinhas entregues pelo governo a um custo muito alto só servem mesmo para fazer bexiga e jogar na galera. Isso sem contar alguns caras que, pelo simples fato de você colocar a cara pra fora de casa durante o carnaval já se acham no direito de ir beijando, agarrando.
Pra quem escolhe ficar em casa e não tem opção de TV a cabo, assiste a mesma coisa todo ano. Transmissões de desfiles idênticas, festas e bailes que dão vergonha alheia em qualquer um. No noticiário parece que tudo está lindo, colorido, cheio de purpurina. Nada acontece. Só Carnaval. Enquanto isso pessoas morrendo, sendo violentadas e traficantes comemorando o gigantesco aumento nas vendas.  
E para melhorar mais, tudo isso acontece no verão. Ah o verão.... O calor insuportável transforma o Carnaval em um mundo paralelo onde parecem existir só pessoas suadas, bêbadas e feias. Spray de espuma no cabelo, cerveja caindo em todo mundo e muito xixi na rua colaborando para o cheirinho delicioso. E toda essa maravilha embalada pelo suprassumo do lixo musical. Tudo de ruim que surgiu no mundo musical durante o ano volta com força total nos quatro dias de Carnaval.
Pra você que curte algo de bom que ainda possa existir no Carnaval. Espero que tenha apreciado com moderação. Não tenha usado bebedeira como desculpa. Tenha respeitado as pessoas. E não tenha se esquecido que depois do Carnaval, sempre vem a Quarta-feira de Cinzas.