quarta-feira, 29 de abril de 2009

.... são poucos, mas eles estão lá ...

Não entendo as pessoas. E nem porque algumas coisas acontecem. O porquê de determinadas atitudes. Pode parecer bobeira, até ingenuidade. Mas sempre busco explicações com sentimentos. Sinto muito e sei pouco. Uma das poucas coisas que sei é que tudo acontece por uma razão na nossa vida. Às vezes a gente demora a perceber, mas um dia vê.
A verdade é que as histórias não acabam como a gente acha que deveria ser. E as pessoas não se importam da mesma forma que a gente. O que vale é a teoria. Sentimentos não importam. As pessoas passam por cima das outras e se defendem como se estivessem num tribunal. Afinal nenhuma regra prática foi quebrada. Assim como a legislação tem zilhões de brechas que acabam permitindo qualquer crime, as pessoas também se comportam assim com as relações. Amizade, sentimentos, ética e a confiança são coisas abstratas. Não servem como provas de nada.
Não sou santa. Já devo ter magoado muita gente. Sou extremamente desligada, falo mais do que a boca e tenho mania de tentar me fazer de durona e indiferente (às vezes, só às vezes eu consigo sim). Mas se tem uma coisa que me importa são os amigos. Pra mim eles são a família que eu escolhi. E eles são sempre o item número um da minha listinha de prioridades.
Estava conversando com o meu namorado esses dias. E estávamos pensando o quanto é estranho ver pessoas próximas com tão poucos valores. Ou que se importam tão pouco com os outros sentem e tão mais consigo mesmas. Tenho milhões de defeitos. Mas não entendo a inveja, a vingança, a traição... E essa coisa de não suportar a felicidade alheia. Não preciso estar feliz pra ver pessoas felizes. E quando estou feliz, quero mais que todo mundo fique feliz junto comigo. Mas o pior, é que muita gente passa por cima dos sentimentos dos outros sem pensar que é errado. Eu acho que funciona assim, a gente tropeça tanto, sofre tanto, que, quando menos esperamos, estamos lá, colocando o pé na frente das outras pessoas para que elas tropecem também. E ninguém tem consciência pesada. Dois dias depois, todos são “amigos” de novo.
Acredito que somos culpados pela nossa infelicidade. E a culpa vem daquilo de fazemos para os outros. Eu me permito sofrer, por confiar demais, por dividir demais. Dividir a minha vida demais. Contar segredos demais. Mas me perdôo e acho difícil mudar, na verdade não quero. Por mais decepcionante que possa ser, não quero parar de acreditar nas pessoas. Mas isso não me faz infeliz. Erro, não me respeito às vezes, mas sei me perdoar. O que não consigo é desrespeitar sentimentos dos outros. Por mais bobos e infantis que esses sentimentos possam ser. Por mais que eles sejam contrários a tudo que a gente vê do lado de fora. Tudo que a gente sente tem uma razão de ser. E nossos amigos, que são essas poucas pessoas que sabem o que a gente sente escondido bem lá no fundo, estão com a gente pra entender esses sentimentos, respeita-los e não julgá-los.
Eu tenho sorte. Não, minha vida não está perfeita. Mas tenho quase tudo o que eu preciso. Todas as pessoas que me importam e estão do meu lado. E sabem me amar do jeito que eu sou. Tenho uma família meio maluca, mas unida demais. Dois vira-latas apaixonantes e um boxer babão e atrapalhado que me entende como poucas pessoas. Tenho amigos de verdade, pelos quais eu faço qualquer coisa. Tenho um namorado diferente dos outros. Não, não estou falando isso só porque é o meu namorado. Ele é diferente mesmo. No meio de tanta gente que não se importa com nada nem ninguém, ele não desrespeita os sentimentos alheios. E acredita que a fidelidade e o respeito são coisas tão básicas quanto lavar o rosto pela manhã.
Eu sei que tenho sorte. E sempre agradeço por isso. Já que hoje em dia, não é fácil achar alguém com quem seja possível fazer planos. E hoje eu estou fazendo planos. Alguém acredita? Eu, que não planejava nem meu mês seguinte, estou aprendendo com ele a fazer planos para o futuro. O nosso futuro.
Às vezes parece que eu vivi várias vidas. Tenho milhares de histórias pra contar, já sofri, fiz sofrer. E muita gente passou por aqui. Cada umas destas pessoas tem a sua importância. Adoro estar no meio da galera, rir, falar bobagem. Assim, despretensiosamente. Acho que a gente só precisa aprender a separar as coisas, e as pessoas. Eu sei que ali, no meio da multidão, tenho cada vez menos amigos. Eles são poucos, mas são tão bons, tão verdadeiros. E tão meus. Me desculpem pelo egoísmo. Mas essa vida inteira aqui é minha, tá? Não dá pra ser de mais ninguém.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

...eles não vêm com manual... AINDA BEM!!

Nós mulheres - quase todas nós - temos uma mania insuportável de complicar o que poderia ser muito simples. E também adoramos arrumar justificativas para coisas que o outro faz ou deixa de fazer. Parece mais bonito - e fácil - acreditarmos que, se alguma coisa não aconteceu, foi por alguma manifestação misteriosa do universo. É realmente difícil admitir que alguém simplesmente não quer estar com a gente. Mas... Nem sempre as vontades batem. Isso é fato. Aí, vira e mexe, nos pegamos seguindo manuais. Comprando revistas com “dicas para conquistar aquele cara”, “como fazer o namorado te pedir em casamento”, “como decidir se faz sexo no primeiro, segundo ou enésimo encontro”. É bem verdade que quando a gente se apaixona, o nosso cérebro entra num estado de paralisia temporária. Ou talvez tenhamos necessidade de seguir algumas regras pra não ter a impressão de que estamos fazendo besteira.
Mas é tudo tão simples. As coisas são como são. Não adianta. Essa história de Romeu e Julieta, que se amam e não podem ficar juntos, na prática, não funciona. Tudo bem, existem casos complicados. E eu, mesmo sendo uma boba-romântica, acredito que, em certos momentos da vida, a gente tem que tentar ser um pouco racional. E entender que: o que não tem remédio, remediado está. Enfim, a vida segue.
É fato também que eu sou muito melhor para dar conselhos do para tomar algumas decisões. Mas aprendi muito com tantos tombos que tomei e rasteiras que dei. Tudo é karma pessoal, a gente cai, mas também derrubamos às vezes. Não sou nenhuma grande pensadora para compartilhar pérolas de sabedoria com vocês. Mas têm algumas coisas que eu posso falar.
Olha, sinceramente acho uma idiotice essa história de ficar esperando o cara ligar como uma princesinha mimada. Se o encontro foi legal e as coisas rolaram como você queria, qual o problema em ligar? Tenho certeza de que os homens não ligam pra isso. Pelo contrário. Até gostam de uma iniciativa. Só é preciso uma dose de discernimento. Se a pessoa não atende, o melhor é parar de ligar.

Homens não gostam de mulher que faz tipo. Tenho muitos amigos e isso é unanimidade entre eles. Não adianta fingir ser quem não é. Um dia a máscara cai. Antes do que se espera. É melhor já dizer a que veio no começo. Se o cara te quiser não vai desistir. E vão por mim, a técnica “vou fingir que não tô nem aí, até ele se apaixonar”, raramente, mas raramente meeesmo dá certo. Não se faça de solteira-convicta-moderna se esse não for de verdade o seu caso. É decepção na certa. Claro, também não vai assustar o menino falando, no segundo dia que vocês saíram, que sonhou com seu vestido de noiva, casa com cerquinha branca e os filhinhos brincando no quintal. Bom senso é a chave. Mentir não adianta, mas falar tudo o que se passa na nossa cabecinha de menina é suicídio social.
E não adianta impor um compromisso. Se o cara quiser você, as coisas vão rolar naturalmente. Será que é tão difícil não forçar uma situação??? Isso nunca funciona. Não tem coisa mais humilhante do que ter que convencer um cara, usando de subterfúgios, a gostar de você ou te querer.
Se você está com vontade de transar no primeiro encontro, ou no segundo, ou no terceiro... Faça isso de uma vez e pare de ficar imaginando o que ele pode pensar de você. É assim: se o cara não quiser continuar com você por que transaram no primeiro encontro ele é simplesmente um imbecil. Eu não iria mesmo querer namorar um cara assim. Quer dizer que a mulher tem que segurar sua vontade só pra fazer um doce sendo que a vontade real dela era outra? Caras assim são preconceituosos e guardam, com certeza, muito mais surpresas desagradáveis.
Outra coisa, homens odeiam mulher que quer impor sua presença a qualquer custo. Sabe daquelas que larga roupas na casa dele, faz questão mostrar pra todos que é a namorada, de deixar marcas? Credo, ninguém agüenta. Se eu fosse homem não agüentaria. Todo mundo precisa de espaço. É muita responsabilidade para um cara ter toda a nossa vida nas mãos. E é muita irresponsabilidade nossa, ter que depender de alguém para ser feliz. Compartilhar momentos é uma coisa, viver em função do outro é bem diferente. E tem outra: eu preciso. Preciso de mim sozinha às vezes. Do meu espaço, das minhas coisas. Se ele quer um espaço só dele, não quer dizer que gosta menos de você ou que você não tem espaço na vida dele.
Eu garanto. Não existe nada melhor do que um relacionamento equilibrado. Onde você pode ser você mesma. Com menos competição, mais cumplicidade, noites regadas a vinho, beijos de perder o ar e coisas lindas para lembrar.