Não é segredo que, aqui no Brasil, e em qualquer lugar do mundo, o preconceito existe. Podem tentar dizer que não, varrer pra debaixo do tapete, mas ele ainda ta lá. E a gente tem que correr atrás dos nossos direitos. Se não, nada feito. Pois bem, eu quero ter o direito de ser branquela no verão. E durante o resto do ano. Não gosto de tomar sol, não adianta. Fico vermelha, com mais sardas e, no futuro, rugas. É só olhar a cara de uva passa da Brigitte Bardot, que hoje, com 60 e alguns anos tem cara de 90. E a Catherine Deneuve, chiquérrima, de 60, que sempre fugiu do sol, continua linda, enquanto a pobre Brigitte paga caro pelos seus anos de corpo dourado.
Tá bom, eu não sou a Catherine e nem vivo na Europa. Moro aqui, no Brasil, país tropical, abençoado por Deus. Cheio de garotas de Ipanema, ostentando seu bronze e de mulatas que nem precisam do sol. Elas tem a genética a seu favor. A cor linda é natural, o corpo escultural vem com o pacote e elas quase nunca tem rugas. Pasmem, graças à melanina, nem celulite elas têm. E nós, as pobres-mortais-branquelas, somos alvo fácil do preconceito dos morenos. Por que, vamos combinar, um ser transparente andando numa praia chama atenção. Fica da cor da areia e quando o sol bate dá reflexo. Sabe cocoon? Aqueles ETs brancos e brilhantes? Então, é isso. Ai que saco.
Eu assumo que já tive meus dias de morena. Na verdade algumas tentativas frustradas de me enquadrar na ditadura do bronze. Quando eu era adolescente, cansada de ouvir os meninos me chamarem de “miss polar” (adolescente é cruel mesmo), decidi provar que eu também poderia ter um corpo dourado. Aí fui à praia com aquele bronzeador, super-na-moda da época, “Raquito de sol”. Idéia da minha prima. O máximo que consegui foi ficar com mais de 40º de febre, uma cor linda de camarão rosa e várias noites sem dormir. Também tentei o bronzeamento artificial, quando era hit da indústria de beleza. Só me deu mais sardas. Creme auto-bronzeador? Não funciona, fico cor de laranja. Tipo Ooompa Loompa.
Olha só como são as coisas. Lá, nos tempos coloniais, a galera se enchia de pó de arroz pra ficar com o rosto branco. Era símbolo de status. Hoje, o povo faz bronzeamento a jato pra ficar marrom. Esse mundo é doido mesmo. E os padrões ficam cada vez mais absurdos.
Então, eu assumo e cultivo minha brancura. Não ligo mais pro clamor popular, pros amigos me mandando tomar um solzinho. Danem-se as fotos com flash! Afinal, sou branca, mas sou limpinha. Tenho um bom coração. E vou seguir assim. Eu e meu filtro solar, fator de proteção mil.
Tá bom, eu não sou a Catherine e nem vivo na Europa. Moro aqui, no Brasil, país tropical, abençoado por Deus. Cheio de garotas de Ipanema, ostentando seu bronze e de mulatas que nem precisam do sol. Elas tem a genética a seu favor. A cor linda é natural, o corpo escultural vem com o pacote e elas quase nunca tem rugas. Pasmem, graças à melanina, nem celulite elas têm. E nós, as pobres-mortais-branquelas, somos alvo fácil do preconceito dos morenos. Por que, vamos combinar, um ser transparente andando numa praia chama atenção. Fica da cor da areia e quando o sol bate dá reflexo. Sabe cocoon? Aqueles ETs brancos e brilhantes? Então, é isso. Ai que saco.
Eu assumo que já tive meus dias de morena. Na verdade algumas tentativas frustradas de me enquadrar na ditadura do bronze. Quando eu era adolescente, cansada de ouvir os meninos me chamarem de “miss polar” (adolescente é cruel mesmo), decidi provar que eu também poderia ter um corpo dourado. Aí fui à praia com aquele bronzeador, super-na-moda da época, “Raquito de sol”. Idéia da minha prima. O máximo que consegui foi ficar com mais de 40º de febre, uma cor linda de camarão rosa e várias noites sem dormir. Também tentei o bronzeamento artificial, quando era hit da indústria de beleza. Só me deu mais sardas. Creme auto-bronzeador? Não funciona, fico cor de laranja. Tipo Ooompa Loompa.
Olha só como são as coisas. Lá, nos tempos coloniais, a galera se enchia de pó de arroz pra ficar com o rosto branco. Era símbolo de status. Hoje, o povo faz bronzeamento a jato pra ficar marrom. Esse mundo é doido mesmo. E os padrões ficam cada vez mais absurdos.
Então, eu assumo e cultivo minha brancura. Não ligo mais pro clamor popular, pros amigos me mandando tomar um solzinho. Danem-se as fotos com flash! Afinal, sou branca, mas sou limpinha. Tenho um bom coração. E vou seguir assim. Eu e meu filtro solar, fator de proteção mil.