segunda-feira, 7 de abril de 2008

... escolha...

Amor a gente não consegue escolher. Acontece. Talvez fosse mais fácil se tivéssemos escolha. Mas a verdade é que, se eu pudesse escolher, ainda assim escolheria você. Sem hipocrisia. Escolheria você naquele momento mesmo. Que era o nosso. Não tinha jeito. No meio de toda aquela confusão a gente se encontrou como tinha que ser.
Tudo bem, a gente sabia que não seria fácil. Mas também não dava pra saber lidar com tanta coisa ao mesmo tempo. Intensidade, problemas, felicidade, dores, algumas certezas e muitas dúvidas. E o meu coração, que não sabia muito dessas coisas de amor, se juntou ao seu, que se sentia pequeno diante de um sentimento gigante e desconhecido. Aconteceu. Mesmo depois das nossas tentativas de fuga. Mas e se existisse escolha, será que a gente mudaria alguma coisa? Afinal, ninguém gosta de sofrer, de errar como a gente errou. Mas foi errando e sofrendo que a gente aprendeu. A gente entendeu que o que a gente teve quase ninguém consegue ter. E a gente aprendeu uma dura verdade: nada que é bom demais vem de graça.
Nos tempos mais difíceis tivemos um ao outro. Nos ajudamos. Nos apoiamos. E tivemos momentos que fizeram tudo valer a pena. Momentos, cheiros, gostos e frases perfeitas que eu não troco por nada. Que são só nossos e nos fazem cúmplices de um crime perfeito. E cumplicidade, meu bem, não é pra qualquer um não. É pra quem pode. 'Bonnie and Clyde' que nada! Nós que sobrevivemos a uma rajada de balas, eles não. Saímos dessa história machucados, mas vivos. E ainda cúlplices.
Quem eu sou hoje tem muito de você. E eu sei que quem você é hoje tem muito de mim. E também sei que hoje a gente gosta da gente. Eu gosto de mim e você gosta de você. Essa não foi uma conquista fácil. Gostar de alguém é muito mais fácil do que gostar de si mesmo. E foi gostando um do outro que a gente aprendeu que não dá pra amar ninguém sem se amar primeiro. Ainda estamos aprendendo, é verdade. Mas os primeiros passos, aqueles mais difíceis, a gente já deu.
E é por isso que ainda sobrou muita coisa aqui. Sobrou uma parte de nós que quer o melhor pro outro. Não importa como, nem com quem, nem quando. O que sentimos é mais do que amizade. Isso é verdade. Não temos interesses escondidos e não somos parte de nenhuma estatística. Não dá pra colocar a gente num pacote e rotular como todo mundo faz. Não tem a resposta mais simples. Aquela que todo mundo entende ou espera. O melhor é que gente percebeu que não importa o que o resto do mundo pensa. O que importa é o que só nós dois sabemos, entendemos e sentimos. E é inútil tentar explicar.
Temos nossos limites. Mas também temos algumas vantagens sobre alguns amigos. Sabemos muito um do outro. Informações privilegiadas. Coisas que quase ninguém sabe. E a intimidade que a gente teve nos dá liberdade pra conversar sobre assuntos que outras pessoas não conseguiriam entender.
Parece complicado, mas pra mim é só uma questão de sorte. Muita sorte. A gente sentiu coisas demais. Doeu. Aí o tempo passou. Vieram fases, mal-entendidos, brigas, amigos... E hoje, depois da tempestade, a gente ainda consegue conversar por horas e se re-conhecer. Lembrar da parte que tínhamos esquecido no meio do turbilhão. Do quanto a gente se diverte e se dá bem, independente de tudo. Do quanto é bom rir de coisas que só a gente sabe. Entendemos que não tem sentido ocupar espaço dentro da gente com coisas que já perderam a validade e que nos impedem de fazer o que temos vontade.
Hoje não existe nada que nos impeça de cultivar uma amizade que nos faz bem. Por mais improvável que possa parecer. Pode ser improvável, difícil e estranho pra muita gente, mas somos a prova de que não é impossível.
Não dá pra explicar a delícia que é te olhar e ver que hoje você me entende de um jeito que não entendia antes. E como é bom te entender também. A gente cresceu e aprendeu a ouvir o outro. A ouvir sem ruídos. Sem egoísmo. E sem confundir os sentimentos. Não, não tem jeito de saber de tudo, entender tudo. Não precisa ter pressa. A gente ainda tem tempo pra entender o que ainda não entendemos agora. Mas o mais importante a gente já percebeu: o que vale a pena nessa vida é ter coisas lindas pra lembrar e alguém com quem contar. Isso tudo a gente têm.

6 comentários:

Unknown disse...

Pessoas bem entendidas são tudo! Não precisa explicar mais nada! Pena que eu sou libriana, então... nem sempre é assim! Bjs

Anônimo disse...

Eu tenho duas pessoas assim. Pessoas que me mudaram e que eu mudei. E que, hoje, a gente olha e sabe tudo. As pessoas não entendem - mas elas não entendem nada mesmo - que eu conviva com eles. E como é que eu não vou viver com pessoas que me fizeram o que eu sou?

A gente é muito parecida mesmo...

Anônimo disse...

Oi Mari!
Acho que o mais legal nessa troca é o aprendizado, é saber que você já não é a mesma mulher que você era. E, ao olhar para trás, você vê que valeu a pena...
Lindo seu blog.. e os textos uma delícia de ler! Beijão

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ahhh, Má!!!

Sem comentários né? rs...sempre me identifiquei com seus textos...Show!!Vou sempre passar por aqui, pode deixar!!!
Adorei sua visita e comentário no blog! Valeu mesmoooo!!!!!
E fiquei muito feliz em saber sobre o livro!!! Parabénss!!!!Muito obrigada pelo carinho e lembrança...nossa...quantas coisas aconteceram né? Mas, como vc mesma disse, a gente cresce, aprende sempre, cada vez mais, e percebe quem são realmente as pessoas com quem podemos contar, que torcem pela gente, mesmo que a distância...

Bjs., saudades tb!!!
Engraçado, parece q nos falamos ontem!!!! ahahahaha...ai, ai...essa vida é muito boa e vale muuuuuito a pena MESMO!!!!! rs.

Anônimo disse...

Que post lindo... na minha opinião, o melhor é saber que encontrou o grande amor da sua vida...
Beijos!