O que eu sinto agora, nesse momento, é um frio na barriga. Uma angústia que eu não conheço. Não sei se é boa ou ruim. Tenho poucas certezas agora. Sei que sinto a sua falta, mas não sei porque. Não sei se é de você mesmo, ou se é de mim, quando eu tinha você. Não sei se é da gente, ou da nossa história bonita.
Lembro que a gente tinha medo porque o que sentíamos parecia ser grande demais. E parecia não caber dentro da gente. Agora entendo porquê. O que a gente sabia era que a dor que viria depois era grande demais. Não coube em mim. Sofrer dói. E muito. Mas não dá pra explicar como é bom quando passa. Só tem um problema. É tão bom quando você sente que passa, tão bom, que parece que não é verdade. Parece que é mais um capricho do destino. Ele te mostra o quanto é bom, e de repente, tira isso de você.
Não sei dizer o que está acontecendo. Eu não sei onde você está aqui dentro, nem que espaço você ocupa. Mas sei que me dá raiva cada vez que procuro o seu beijo nas outras pessoas. Procuro seu cheiro. A sua voz. Procuro você e não te acho mais. Não me acho mais.
Será que eu acho que te procuro por que ainda não conheci outro beijo que me tirasse o ar? Será que você virou meu parâmetro de comparação? Será que eu to lutando contra o meu inconsciente? A verdade é que não sei dizer mais nada sobre isso. Me faltam argumentos e não dá pra justificar algo que eu não conheço ainda. A mania de sentir demais e pensar de menos está agora sob controle. Mas às vezes eu escapo de mim. Problema meu. Mas sou assim. Preciso de mais tempo. De ar. E, por mais incrível que possa parecer, preciso do silêncio. Do meu. Do seu. E do resto do mundo.