...As palavras existem para serem ditas, e escritas. Então escrevo para me sentir livre, forte e corajosa. Não tenho medo delas e nem do fato de que, uma vez escritas, as palavras vão estar sempre ali. Isso me faz sentir coisas intraduzíveis. E tudo isso aqui é meu. Tomei posse de todas as letras aqui escritas. Boas? Ruins? Depende de quem as lê. E quer saber a verdade? Não importa. São minhas...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
... Meu mundo pintado de azul...
Hoje o dia nasceu frio. Nublado e cinza. No trabalho: bagunça. Estranhamente o cheiro da tinta me faz lembrar daquele cheiro de praia. Acho que se morasse perto do mar, as coisas seriam mais fáceis. Talvez fosse viciada em endorfina e não precisaria nunca tomar remédios para dormir. Adoraria o sol e não teria mais essa cor de escritório. Andaria mais descalça, usaria menos maquiagem e salto alto. Precisaria comprar menos roupa e talvez nem me preocupasse muito em ganhar dinheiro. Se vivesse com o pé na areia acho que seria menos ansiosa. Meus medos seriam todos engolidos assim como uma onda engole a outra. No final do dia, meus problemas sumiriam conforme a maré. Ia me sentir mais bonita, mais feliz e mais mulher. Usaria brincos de hippie e aposentaria a calça social, já que eu estaria chique de short e havaianas. Meus vários óculos escuros teriam uma função social. Ouvir rock me daria a calma de uma bossa nova.Eu iria fazer coisas normais como ir ao mercado, tomar banho e cozinhar de um jeito mais divertido. A cerveja seria mais gelada. Eu seria uma pessoa do dia, sem insônia. Iria dormir leve, como se não existissem os barulhos do mundo.Mas agora eu estou com pressa. O asfalto me cansa, olhar o computador o dia todo me estressa. Queria que o meu mundo tivesse gosto de azul e sal. Com momentos perfeitos e uma paz que inunda. Eu, ele, o sol, o mar, meu caderninho, caneta e uma inspiração que não tem fim.Cheguei à conclusão de que eu sou o mar. Inconstante. Intenso. Não nasci para a terra firme. Quero seguir à deriva, ser levada pela maré. Sentir a areia quente, o sol batendo no rosto com a brisa fria. E estar tranqüila por fora mesmo com um turbilhão de coisas acontecendo aqui dentro.
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