quinta-feira, 26 de março de 2009

... do que você precisa pra ser você?? ...

A gente vive no meio de milhões de regras que muitas vezes existem sem um porquê. A sociedade cobra uma postura, o chefe cobra desempenho, a tia cobra o casamento... Mas as piores cobranças são aquelas que fazemos a nós mesmos. São as coisas que precisamos para sermos quem somos.
Se eu sei quem eu sou? Olha, pra falar a verdade eu acho que nunca vou saber. Às vezes não sei se quero escrever, ler, viajar, ter uma banda de rock ou ser dona de uma produtora de TV. Não sei se quero prosa ou poesia. Lápis preto ou cara lavada. Carro ou avião. Cerveja ou vinho. Salto 15 ou rasteirinha.

Mas sei que esse esboço de mim precisa de muitas coisas. Eu preciso ser competente nos meus dois empregos e não deixar meu trabalho voluntário de lado. Preciso dar atenção para os meus bichos além da comida. Na verdade mesmo um dia de 45 horas resolveria muitas coisas pra mim.

Preciso trabalhar muito, não me alimentar direito, não ir à academia e, ainda assim, ter um corpinho razoável. Ah preciso também ter 30 com carinha de 25, no máximo e vestir calça 40.

Preciso ser mimada pelos meus amigos. Preciso que o meu namorado me dê alguns limites e me ensine a ser melhor. Preciso aprender a fazer planos. Preciso ficar perto de pessoas diferentes de mim, porque odeio lidar com os meus próprios defeitos estampados nos outros.

Preciso pensar mais e parar de só sentir. Preciso controlar a minha boca, que insiste em falar quando deveria calar e em calar quando deveria falar. Preciso não gaguejar quando fico nervosa e também conseguir mentir de vez em quando.

Além disso, eu preciso acordar com hálito de hortelã. Preciso de uma cerveja que não tenha calorias. Ou de um chocolate que cure a TPM e seja emagrecedor.
Mas a verdade-verdadeira é que eu tô precisando de dinheiro, de perfume importado e de umas boas férias...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Desespero x romantismo

Em um episódio de “Sex and the city”, a Carrie diz que se um homem toma uma atitude desesperada, tipo aparecer de madrugada na casa da namorada, mandar flores no trabalho ou fazer declarações de amor públicas, todo mundo acha romântico. Agora, se uma mulher fizer uma dessas coisas, todos, todos mesmo, inclusive as outras mulheres, acham simplesmente que ela é desesperada, louca ou psicopata.

Imediatamente lembrei de uma amiga minha. Uma vez, depois de uma baladinha, num momento de carência e bebedeira, ela apareceu na casa do cara que ela gostava. Era madrugada. O portão eletrônico estava fechado. Aí ela empurrou, abriu, e entrou. A porta da casa estava aberta, ela continuou e encontrou o irmão dele com uma menina. O cara tinha saído.

Logo na manhã seguinte ela me ligou contando o ocorrido. Como eu conhecia o cara, ela queria saber como ele reagiria quando soubesse. Eu disse que tinha certeza de que ele iria sumir do mapa. Depois ele me contou e disse que nunca mais queria ver a menina por que ela devia ser completamente louca. Olha, eu concordo que invadir a casa é meio demais mesmo. Mas ela não era louca. Nem psicopata. Era só uma menina normal passando por um momento esquisito. Uma menina normal e muito legal, diga-se de passagem.

Ele não concordou e disse que com certeza ela devia ser louca mesmo. Aí eu lembrei de algumas coisas que esse mesmo cara fez. Que colocam a atitude da menina no chinelo. Esse mesmo cara já foi capaz de gritar numa rodoviária lotada que uma menina era o amor da vida dele, já passou horas plantado num lugar por onde ele sabia que a menina passaria só pra olhar pra ela e sim, ele também já foi na casa dela de madrugada fazendo com que ela acordasse e tivesse que trocar de roupa para ir falar com ele.

Realmente não entendo por que fazemos essa diferença. Porque não adianta, a gente faz. Não é por mal. É cultura, costume. Sei lá. Mas como não sou muito dada a hábitos mal-explicados fica aqui meu protesto. E um clichê-necessário: a vida passa muito rápido para não vivermos tudo que há pra viver.