quinta-feira, 19 de abril de 2012

... Um amanhã que não existe...

Hoje eu quero dormir e sonhar com um amanhã que não vai acontecer. Se você estivesse aqui, iria acordar ranzinza, pensando se todos iriam lembrar do seu aniversário. Aí depois de receber os parabéns da mamãe, sempre a primeira, você acharia meu bilhete, no seu lugar da mesa. Aí você leria, responderia e me devolveria (coisinhas que só alguém como você fazia), eu ia te dar um beijo, um abraço e você me afastaria de brincadeira, pra manter a fama de durão. Você ia levar um bolo na empresa e depois faríamos o nosso, em casa. A gente riria, talvez poderíamos discutir algum assunto polêmico enquanto estivéssemos tomando a sagrada cerveja de sexta a noite. Eu iria desabafar e contar o quanto precisava da sua opinião nestes dias difíceis. Porque você, de um jeito às vezes meio torto, sempre sabia o que eu deveria fazer.

É difícil não pensar em você no dia do seu aniversário. A vida com você aqui era mais divertida, mais movimentada, tinha mais rojões e mais futebol. Se você estivesse aqui seria difícil pensar em um presente. Porque o que você nos deu não dá pra comprar. Aprendi com você a não sentir culpa, tristeza ou arrependimento por não precisar imaginar o que teria sido, o que poderíamos ter dito. Aprendi que a gente deve falar o que sente e não ter medo. Você ensinou o que eu sei caráter, honra, honestidade e amor. E eu sei muito menos que você sabia. Mas, por você, quero ser melhor, mais feliz e continuar aprendendo com os exemplos que você deixou. Porque pessoas como você são raras nesse mundo.

Pai, o dia 20 de abril sempre será seu. E a saudade de todos os dias é nossa.

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