Foto: http://www.dinagoldstein.com/
Logo que aprendi a ler ganhei minha primeira coleção de livros. Eram todos coloridos, cheios de detalhes e desenhos elaborados. Tinha a história da cachinhos dourados, Rapunzel, Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida... Eu lia e acreditava em finais felizes. Mas não entendia porque era tão difícil. Elas eram lindas, loiras, cantavam bem e sofriam o tempo todo, até a última página.Mas os finais... Eu adorava. Não sabia nada sobre o amor, mas achava que, com certeza, devia ser alguma coisa mágica. E que ele só chegava para os puros de coração. Assim como aquelas princesas. Todas puras, altruístas, doces e perfeitas. Aí eu cresci. Li vários outros livros e conheci muitas histórias. O tempo foi passando e, mesmo depois de muitas desilusões e tapas na cara da realidade, eu tive a certeza que achei estar perdida lá na minha infância. O amor é realmente mágico. Afinal, eu não tenho a pureza das princesas. Não sou doce. Muito menos perfeita. Eu fujo, faço mil besteiras e mesmo sem esperar o amor me encontra. Assim como eu, as princesas de hoje tropeçam, caem, se machucam e prometem nunca mais se apaixonar. As princesas de hoje não acreditam mais em contos de fadas. Elas não querem mais encontrar um príncipe, nem chegar de carruagem na igreja, casar e viver feliz pra sempre. Elas não têm só uma história pra contar. Têm várias. Muitas pessoas, amigos, amores. As princesas de hoje têm que trabalhar. Se cuidar. Ninguém nasce com os lábios rubros como a rosa, cabelos lisos, loiros e escovados, pele fina como a de um bebê e um corpo naturalmente perfeito. Temos que fazer academia, dieta, limpeza de pele, cortar os cabelos, usar maquiagem... E como não existe maquiagem para o coração, as princesas de hoje carregam muitas cicatrizes. É verdade que estes machucados as fizeram fortes. Elas aprendem a usar escudos, espadas e se colocam numa torre sem a imposição de uma bruxa. Elas estão lá por vontade própria, ou por cansaço talvez. Ou ainda por falta de espaço para novas cicatrizes. Mas no fundo, bem lá no fundo, elas esperam um resgate. Não do príncipe. Elas querem de volta aquela menina que acreditava na pureza e na magia do amor. Aquela menina que está perdida em algum lugar dentro delas. Muitos anos depois de ter conhecido os contos de fadas, eu ainda não sei muito sobre o amor. Acredito que não exista definição para ele, muito menos explicação. E não é que quando eu achava que tinha perdido a capacidade de sentir, de acreditar em histórias românticas e finais felizes, me peguei escolhendo fotos de bolos de casamento? Isso só pode ser mágica!
Logo que aprendi a ler ganhei minha primeira coleção de livros. Eram todos coloridos, cheios de detalhes e desenhos elaborados. Tinha a história da cachinhos dourados, Rapunzel, Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida... Eu lia e acreditava em finais felizes. Mas não entendia porque era tão difícil. Elas eram lindas, loiras, cantavam bem e sofriam o tempo todo, até a última página.Mas os finais... Eu adorava. Não sabia nada sobre o amor, mas achava que, com certeza, devia ser alguma coisa mágica. E que ele só chegava para os puros de coração. Assim como aquelas princesas. Todas puras, altruístas, doces e perfeitas. Aí eu cresci. Li vários outros livros e conheci muitas histórias. O tempo foi passando e, mesmo depois de muitas desilusões e tapas na cara da realidade, eu tive a certeza que achei estar perdida lá na minha infância. O amor é realmente mágico. Afinal, eu não tenho a pureza das princesas. Não sou doce. Muito menos perfeita. Eu fujo, faço mil besteiras e mesmo sem esperar o amor me encontra. Assim como eu, as princesas de hoje tropeçam, caem, se machucam e prometem nunca mais se apaixonar. As princesas de hoje não acreditam mais em contos de fadas. Elas não querem mais encontrar um príncipe, nem chegar de carruagem na igreja, casar e viver feliz pra sempre. Elas não têm só uma história pra contar. Têm várias. Muitas pessoas, amigos, amores. As princesas de hoje têm que trabalhar. Se cuidar. Ninguém nasce com os lábios rubros como a rosa, cabelos lisos, loiros e escovados, pele fina como a de um bebê e um corpo naturalmente perfeito. Temos que fazer academia, dieta, limpeza de pele, cortar os cabelos, usar maquiagem... E como não existe maquiagem para o coração, as princesas de hoje carregam muitas cicatrizes. É verdade que estes machucados as fizeram fortes. Elas aprendem a usar escudos, espadas e se colocam numa torre sem a imposição de uma bruxa. Elas estão lá por vontade própria, ou por cansaço talvez. Ou ainda por falta de espaço para novas cicatrizes. Mas no fundo, bem lá no fundo, elas esperam um resgate. Não do príncipe. Elas querem de volta aquela menina que acreditava na pureza e na magia do amor. Aquela menina que está perdida em algum lugar dentro delas. Muitos anos depois de ter conhecido os contos de fadas, eu ainda não sei muito sobre o amor. Acredito que não exista definição para ele, muito menos explicação. E não é que quando eu achava que tinha perdido a capacidade de sentir, de acreditar em histórias românticas e finais felizes, me peguei escolhendo fotos de bolos de casamento? Isso só pode ser mágica!