quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

... terapia de papel...

Abandonei a terapia. Assim, na cara de pau. Sumi do mapa. Minha psicóloga deve ter confirmado suas suspeitas de que eu sou meio maluca mesmo. Na verdade não sei o que me deu. Acho que tenho preguiça de esperar resultados. Quero tudo na hora. Sou ansiosa.
Meus dias nunca são iguais. Eu nunca sou igual. Às vezes me espanto com uma insegurança que me pega desprevenida. Dá trabalho. Por que não gosto de me sentir fraca. Não gosto de não gostar de mim. E não gosto de me expor. E nesses momentos, toma conta de mim uma menina insegura com tudo, com a imagem, com os sentimentos dos outros, que quer sempre agradar e não consegue dizer não.
E aí parece que fica faltando alguma coisa na minha vida. Sabe aquela história de buscar a sua cara-metade? Alguém que te complete para que juntos se tornem um só? Então, minha cara metade sou eu. E acho que ela tá escondida em algum canto difícil de enxergar. E eu me quero inteira e quero que ele esteja inteiro pra mim. Por que no amor, não existe metade.
Ah, a terapia. Com tantos conflitos internos uma coisa que talvez eu realmente não deveria ter feito é largado a terapia. Mas não adianta. Minha terapia é aqui. Comigo. Com o meu caderno e uma caneta. Às vezes escrevo azul, às vezes preto, às vezes com lápis pra apagar depois ou com canetinhas hidrocor. E é assim que funciona. Terapia de papel. Agora me dá licença que eu vou deitar no meu divã, cheio de palavras e sílabas soltas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sabeee, Mariii.. acho q a gente sabe qual terapia nos fará melhor.. se o papel e caneta é a sua.. bola pra frente.
Se precisar de papel, estarei sempre aqui.


BJOo BJoO
(Saudadessss de te infernarrrr...)

Anônimo disse...

Eu também sou da opinião que às vezes outra pessoa atrapalha mesmo. Eu me entendo bem comigo mesma. E tá bom demais assim.
Beijo.

Lekão disse...

Bom, minha querida: Viva o papel!!!! Seus leitores (como eu rsrs) agradecem. ArrivederLA!

Anônimo disse...

Mariana, a sua complexidade me encanta; sua visão factível da verdade sobre si mesma independente do mundo do "dever-ser" ...Voce consegue, as vezes, ser irresponsável com a realidade mas sempre dígna com sua condição humana...
Como sempre voce me surpreende e me fascina e me faz cada dia mais orgulhosa por ser parte de sua vida.
Muitos beijos